segunda-feira, 12 de abril de 2010

da inveja e outras merdas


Nos tempos de escola aprendi que sou um ser perfeito.
Colégio católico, graças a Deus.
Nada contra escolas laicas, mas sublimando a parte da culpa, que nunca me caiu bem, a da perfeição dá uma levantada no ego da criançada.
Com esse pendor natural para a perfeição e uma modéstia sem par cresci numa bolha de estabilidade emocional, como a economia americana.
Qual eles não me importo cá muito com a opinião e histórias alheias.
Cada um sabe de si, certo?
Adoro falar na primeira pessoa, a sua pessoa não é da minha conta. Sou desinteressadamente discreta.
Estou certa que meus interlocutores estão mais interessados em me ouvir do que falar,
afinal saber alguma novidade de mim é uma experiência que poderão incorporar.
Claro que minhas decisões, opiniões e escolhas são as melhores, então por que não as repartir?
Egoísta eu nunca fui.
Também creio que excessos e discussões são censuráveis, daí prefiro sempre manter a calma e não argumentar, declarando solenemente meu ponto de vista inquestionável.
Nunca desperdicei o tempo de outros indagando suas convicções: respeito à opinião alheia como tal, mas é a minha que importa.
Senso de humor tenho de sobra, e aos que não o entendem só tenho a dizer que sinto muito.
Estou convicta que a melhor companhia para se desfrutar é a própria, assim me basto.
Aceito críticas, especialmente dirigidas aos outros. Nunca importa as que me façam.
Compreendo as dificuldades alheias facilmente, até porque não tenho.
Repudio valores impostos, como padrões de beleza e limitações da minha sinceridade; Sou absolutamente autentica.
Por princípio não me meto na vida dos outros, e não reparto da minha nada.
Como pesa a carga da perfeição.

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