Engraçado ver como o tempo faz com que as pessoas inventem novos nomes para todas as coisas, e pior, por vezes inventem também novos significados.
Quando eu era garota, estudava no que já se chamou primário, depois fundamental e hoje responde por um numeral, criança que não parava quieta era bagunceira, sem educação era chata. Enfim, a classificação dependia só do tipo de incomodo produzido para a qualificação.
Hoje nos primeiros anos numéricos da escola quem não pára quieto e faz a maior bagunça é "hiperativo". Aceito.
Ainda lá no tempo do primário, aluno que não aprendia nada, não entendia coisa alguma, que estava sempre perguntando aquilo que foi dito horas antes era burro, simples.
Hoje ele tem "déficit de atenção". Tá, também aceito.
Agora, querer arranjar um rótulo para a extrema normalidade de não amanhecer todos os dias adorando ver os pássaros cantarem, em certos dias ter ganas de matar o primeiro ser que quebra o sagrado silêncio matinal, querer vez por outra não sair da cama nem para tomar banho, e em outros já pular da cama correndo para a rua admirando a beleza que há em tudo, agindo com extrema paciência e gentileza, mesmo com a mais chata das criaturas, aí já é abusar!
"Bipolar" é ser normal, ter altos e baixos, como todo mundo tem.
Até os ursos hibernam um tempão e depois não param de comer e agitar!
A corrente elétrica carece da dupla polaridade, caso contrário se torna inútil.
Anormal é acordar todo dia da mesma forma. Isso é, no mínimo, falta de imaginação.
Um comentário:
Todo dia eu entro aqui para ler novidades e só esbarro no Bipolar (que por sinal, AMEI).
Maria Cristina, cade as "coisa nova"?
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