Há meninos que olham para o céu na passagem de ano e ficam aturdidos com o estouro e as luzes dos fogos de artifício. Correm para perto de alguém, fecham os olhos com força e põem as mãos nos ouvidos para fugir do barulho ensurdecedor.
Noutras partes, na passagem de ano, há meninos que olham para o céu e igualmente ficam aturdidos. Também correm, fecham os olhos para evitar o clarão e cobrem com as mãos os ouvidos. Para uns resta ao final a gritaria do êxtase de alegria, para outros gritos de dor e desespero. Que diferença haverá entre meninos para que os desígnios do Universo estabeleçam que o mesmo céu, riscado de luzes e cheio de sons, encha de medo as crianças, aqui para comemorar e noutro lugar para dizimar?
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