quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

É Natal!

Alguém com quem me correspondi hoje falava sobre sentir saudades.
Nessa época de Natal, onde a nostalgia sempre surge, lembrei de um tempo, jardas de anos luz antes, onde eu era criança, e meu pai me levava no início de dezembro, num dia qualquer à noite, para "ver a decoração de natal da cidade".
Começávamos por Copacabana, onde havia sobre o túnel um painel instalado com um presépio. Seguíamos pelo Aterro do Flamengo, onde fios de luz transformavam os postes em gigantescas árvores iluminadas, até o ponto máximo do deslumbramento: descer a a Av. Rio Branco, onde toda extensão se enfeitava a cada ano com um tema.
Daí em diante só restava voltar para Ipanema, apreciando a Av. Barata Ribeiro, onde os comerciantes instalavam luzes, árvores e figuras de Papai Noel nas vitrines.
Essa excursão sempre marcava o início de um ciclo: O Natal. Havia também a chegada de Papai Noel, sempre em helicóptero, nunca de trenó, acompanhada pela TV e depois ao vivo no clube. Em verdade me intrigava essa dupla chegada e a aparição furtiva na noite de Natal em minha casa, onde todos o viam, menos eu.
Hoje a decoração dos shoppings é escandalosamente exuberante, mas fechada.
Nas ruas se vê luzes desordenadamente acesas em todas as fachadas e varandas.
As árvores do Aterro reunidas deram lugar a uma muito mais elaborada, flutuante e iluminada na Lagoa, onde pessoas se acotovelam para vê-la acender sob chuva e fogos, continuando a visitá-la em peregrinação, entupindo o trânsito durante todo o mês.

Hoje, para mim, Natal é sinônimo de caos, engarrafamento, bandeira dois nos taxis e uma multidão de compromissos meramente formais.

Não sei, mas ouvi dizer que quem chegará ao Maracanã será Madonna, e não Papai Noel.
Parece que algo está mudando. Será?

2 comentários:

Pablo Paleologo disse...

Ahhhhh! Eu peguei parte dessa época também! Me lembro dos passeios de carro com a minha mãe para ver as decorações de Natal, do Papai Noel chegando de helicóptero e não da Madonna (que, graças a Deus, nem vou ver) e de todas essas coisas que vem a tona nas nossas memórias nessa época do ano... E, como morador do Jardim Botânico, estupidamente prejudicado pela pirâmide metálica de Natal da Lagoa, divido com você todos esses sentimentos de caos que a época atual nos fornece! Adorei o texto demais!!

cristina capanema disse...

Ah! Fico feliz em saber que meus filhos biológicos e espirituais se sentem como eu! bj e feliz engarrafamento!